IDENTI Bouro
IMAGEM
DESCRI Castelo
CRONO Idade Média
LUGAR Piorneiro
FREGUE Monte (Santa Isabel)
CONCEL Terras de Bouro
CODADM
LATITU 527,7
LONGIT 191,4
ALTITU 992m
ACESSO No cume do Piorneiro ou de Crasto, cerca de 1 km para Norte da aldeia de Seara. O acesso ao sítio do castelo é difícil e faz-se a pé (cerca de 30 minutos), por caminho carreteiro e de pé posto que parte da aldeia de Seara para Norte em direcção à elevação de Crasto ou de Piorneiro. À aldeia de Seara chega-se por estradão municipal parcialmente alcatroado, a partir das aldeias de Rebordochão e Campos Abades, estas servidas pela estrada municipal que liga à sede do concelho de Terras de Bouro. O monumento não está sinalizado.
QUADRO
TRAARQ
DESARQ Amplamente referenciado nas Inquirições de 1220 e de 1258, em relação ao qual praticamente todas as freguesias das cercanias tinham pesadas obrigações e encargos, o castelo de Bouro foi durante toda a Idade Média um ponto estratégico de defesa do acesso ao vale alto do rio Homem. Com a Portela da Amarela e a Portela do Homem, o castelo de Bouro constituia um triângulo de vigilância e defesa da importante via de comunicação de origem romana que penetrava no interior galego, a célebre "Jeira", a via XVIII do Itinerário de Antonino que se manteve em uso até bem entrada a Época Moderna. O castelo, uma construção elementar, aparentemente estruturada à base de madeira, que tinha que ser refeita praticamente todos os anos, foi erguido no topo do monte onde se aglomera um denso caos de blocos, a mais de 950 metros de altitude, numa implantação que, podendo considerar-se paisagisticamente espectacular, terá obedecido sobretudo a interesses geo-estratégicos. Daí se domina todo o curso do rio Homem, em particular o seu troço alto e a ligação natural ao vale do rio Cávado pelo talvegue Covide / Rio Caldo. A fortificação, de que apenas restam alguns panos muito derrubados da cercaque fechava os espaços entre os enormes blocos graníticos, deverá datar de finais do século XII e princípios do século XIII. Terá conhecido uma ocupação recorrente mas não permanente, servindo sobretudo em períodos de conflito. Pelas tipologia construtiva e de implantação fisiográfica, trata-se de um característico castelo dos primórdios da nacionalidade, igual a tantos outros que então se ergueram no Entre Douro-e-Minho no cume dos montes mais proeminentes. Com os desenvolvimentos modernos da arte da guerra, nomeadamente a difusão do uso da artilharia a partir do século XVI, o castelo de Bouro deixou de ter qualquer importância militar, devendo datar desse período o seu abandono. Do ponto de vista arqueológico o monumento está mal conservado.
INTERP Castelo medieval.
DEPOSI
INTERE Apesar do inegável significado histórico regional e mesmo nacional do castelo de Bouro, do monumento praticamente nada resta e o sítio, embora beneficie de um excelente enquadramento paisagístico, oferece vestígios muito escassos, de difícil percepção.
BIBLIO
ALMEIDA, C.A.F.(1978b). Castelologia Medieval de Entre Douro e Minho, Prova Complementar da Tese de Doutoramento (policopiado), Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto,1978.
CUNHA, A.R.(1975). "Trepando aos montes", O Distrito de Braga , 2ª série, I, Braga, 1975, pp.513-514.
AUTOR Luis Fontes
DATA 04-FEV-1998
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