IDENTI Montalegre
IMAGEM
DESCRI Povoado fortificado; Castelo
CRONO Idade Média
LUGAR Montalegre
FREGUE Montalegre
CONCEL Montalegre
CODADM 170615
LATITU 539,7
LONGIT 228,4
ALTITU 990m
ACESSO A sede concelhia é servida pela estrada EN 308, com várias ligações à EN 103. O monumento está sinalizado.
QUADRO A Câmara Municipal de Montalegre implementou recentemente um projecto de valorização e aproveitamento do castelo, que inclui restauros parciais, o arranjo paisagístico da envolvente e a afectação das salas das torres a um programa museológico. A marginal do rio junto à ponte medieval foi já objecto de intervenção, apresentando um agradável arranjo.
TRAARQ
DESARQ Montalegre foi, desde os séculos centrais das Idade Média, sede da Terra de Barroso, região periférica e fronteiriça que ainda hoje conserva, apresentando embora um quadro territorial-administrativo distinto, uma forte identidade cultural. O seu castelo foi sempre garante e símbolo da manutenção das integridade territorial e soberania nacionais, tanto nos tempos medievais como no conturbado século XVII da "restauração" ou ainda mais tarde no quadro das invasões francesas. O castelo foi erguido sobre as ruínas de um antigo castro romanizado no decurso do século XIII, referenciando-se a 1273 a primeira carta de foral dada por Afonso III. No primeiro quartel do século XVI foi desenhado por Duarte Darmas, que registou com pormenor as planta e vistas laterais da fortificação, então já com a sua poderosa torre de menagem a dominar a alcáçova. A cerca desta, de planta geral circular, deixa perceber a existência de várias remodelações, reveladoras de diferentes modelos arquitectónicos: a parte mais antiga acusa padrões já góticos, com a torre de menagem e torres laterais integradas na face externa da cerca. O aparelho construtivo é cuidado, integrando inúmeros silhares siglados. Data também desta época a ampla e profunda cisterna no interior da alcáçova; em época posterior, talvez numa intervenção fernandina, reforçou-se a defesa da torre de menagem com a construção de um recinto amuralhado de planta quadrada na banda poente, reforçado por dois cubelos arredondados. Junto à base localizavam-se troneiras com seteiras cruzetadas, que incorporavam bombardadeiras nos cubelos.; mais tarde, talvez por iniciativa do rei Manuel I, que em 1515 atribuiu novo foral a Montalegre, acrescentou-se mais um torreão quadrado à muralha da alcáçova. Outras pequenas remodelações tiveram lugar posteriormente, relevando apenas a construção de um pano de muralha abaluartada, traduzindo a penetração de modelos arquitectónicos tipo Vauban. Parcialmente desmontado no século XVIII, foi também parcialmente restaurado em meados do nosso século. A parte não arruinada conserva-se em bom estado. À época do desenho de Duarte Darmas, uma cerca baixa, espécie de almedina, desenvolvia-se pela encosta Sudoeste do morro, abrigando algumas casas e uma igreja. Contudo, e embora à "sombra protectora" do castelo, o aglomerado principal da vila implantava-se no exterior da fortaleza, na banda Sul. No lado Norte desenha-se ainda, lançada sobre um rio, correspondente ao Cávado, uma pequena ponte com dois arcos. Actualmente conserva-se aí uma ponte, que a população designa por "ponte velha", de um só arco bem aparelhado, com alguns silhares siglados no intradorso, suportando um tabuleiro muito alterado mas onde ainda se percebe o cavalete original pouco pronunciado e uma remodelação moderna (seiscentista ?), tudo sob o piso horizontal recentemente colocado. Os paramentos apresentam-se menos cuidados. As características construtivas, designadamente as siglas, bem como a toponímia, apontam para uma cronologia baixo-medieval (aceitando esta cronologia deve entender-se que Duarte Darmas terá desenhado mal a ponte).
INTERP Povoado fortificado romanizado; Castelo de fundação tardo-medieval; séc. XIII.
DEPOSI
INTERE A classificação de Monumento Nacional (Dec. de 16-6-1910; Z.P. - D.G., 2ª Série, nº 272, de 22-11-1957), diz bem do valor patrimonial do castelo, a que acresce um importante significado histórico-cultural regional e nacional.
BIBLIO
ALMEIDA, J. (1943). O Livro das Fortalezas de Duarte Darmas. Lisboa, 1943, pp.371-386.
COSTA, J. G. (1968). Montalegre e Terras de Barroso. Montalegre, 1968.
FONTES, L.(1992). Sítios e Achados Arqueológicos do Concelho de Montalegre. Braga, 1992 (edição policopiada da CCRN - Porto).
AUTOR Luis Fontes
DATA 04-FEV-1998
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