IDENTI Castelo de Castro Laboreiro
IMAGEM
DESCRI
CRONO Idade Média
LUGAR Castro Laboreiro
FREGUE Castro Laboreiro
CONCEL Melgaço
CODADM 160302
LATITU 562,6
LONGIT 198,1
ALTITU 1000m
ACESSO O acesso ao castelo faz-se a pé (cerca de 15 minutos), por caminho carreteiro que leva directamente da vila ao alto do monte onde se implanta o castelo. A Castro Laboreiro chega-se pela estrada EN.202 e 202-3. O monumento está mal sinalizado.
QUADRO
TRAARQ
DESARQ Castro Laboreiro foi, desde os séculos centrais da Idade Média, sede de concelho, recebendo em 1513 foral novo dado pelo rei Manuel I. Região periférica e fronteiriça, ainda hoje conserva, apresentando embora um quadro territorial-administrativo distinto, uma forte identidade cultural. O seu castelo foi sempre garante e símbolo da manutenção das integridade territorial e soberania nacionais, tanto nos tempos medievais como no conturbado século XVII da "restauração". O castelo foi erguido no topo do escarpado monte que se eleva a menos de 500 metros a Sul da povoação, numa implantação que pode considerar-se paisagisticamente espectacular. Embora algumas referências documentais permitam sustentar que existiria um castelo anterior, a fortificação que actualmente aí se conserva data da segunda metade do século XIII, sendo a sua edificação geralmente atribuída ao rei Dinis. No primeiro quartel do século XVI foi desenhado por Duarte Darmas, que registou com pormenor as planta e vistas laterais da fortificação. Ao centro da alcáçova, na tradição poliocértica românica, emergia dominante uma poderosa torre de menagem, já desaparecida. Esta e a cisterna eram defendidas por uma primeira cerca, de planta sub-rectangular e pequeno perímetro, ao interior da qual se acedia quer pela porta da traição, chamada do Sapo, no lado Norte, quer pela porta meridional, a do Sol, por onde se passava ao segundo e mais amplo recinto muralhado, que serviria fundamentalmente para abrigar gados e bens em períodos de conflito, sendo certo que também poderia ter correspondido a um projecto inicial de aí implantar a povoação, projecto não concretizado. A planta castelar revela padrões já góticos, bem patentes na integração de cubelos e pequenos torreões nos panos da muralha da alcáçova. O aparelho construtivo é cuidado. Arruinado e parcialmente desmontado no século XIX, conheceu já na segunda metade deste século uma pequena intervenção de limpeza e conservação, podendo considerar-se que as ruínas se conservam em bom estado. À época do desenho de Duarte Darmas, um pequeno aglomerado habitacional implantava-se no exterior da fortaleza, na banda Norte - conforme relato de 1527, o aglomerado que deu lugar à actual vila era então uma "branda" pois os seus 100 moradores, no Inverno, iam "viver fora por ser terra fria". Nessa época parece que ainda não existia a pequena ponte que hoje cruza o rio Laboreiro no extremo Norte da povoação. De tradição arquitectónica medieval, com tabuleiro estreito e cavalete pouco pronunciado, vence um triedrocom mais de 5 metros de altura por 6 metros de comprimento. Conhecida por "Ponte Velha" ou "Ponte dos Mouros", esta ponte servia as antigas ligações que saíam de Castro Laboreiro para Norte, nascente e Sul. A igreja desenhada por Duarte Darmas também já não é a mesma. A actual igreja paroquial é reconstrução de época moderna, conservando apenas dos tempos medievais uma interessante pia baptismal com decoração insculturada de tradição românica.
INTERP
DEPOSI
INTERE Trata-se de um monumento-sítio de inegável significado histórico regional e bastante valor científico e patrimonial, fundamental para a compreensão do povoamento medieval na região. O castelo está classificado como Monumento Nacional - Dec. de 16-6-1910.
BIBLIO
JOÃO DE ALMEIDA, J.de.(notas de)(1943) O Livro das Fortalezas de Duarte Darmas. Lisboa
ALMEIDA, C.A.F. (1978) Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho, Tese de Doutoramento (policopiada), Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto, 1978.
ALMEIDA, C.A.F. (1978b) Castelologia Medieval de Entre Douro e Minho, Prova Complementar da Tese de Doutoramento (policopiado), Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto,1978.
ALMEIDA, C.A.F. (1987) Alto Minho, (novos guias de Portugal, 5), Editorial Presença, Lisboa, 1987.
RODRIGUES, A.R. (1985) Pontes Romanas e Românicas de Castro Laboreiro (separata dos "Cadernos da Câmara Municipal de Melgaço, 2), Câmara Municipal de Melgaço, 1985.
AUTOR Luís Fontes
DATA 04-FEV-1998
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