IDENTI A Mamoa nº10 do Chão da Cheira; Maciço do Borrelho
IMAGEM
DESCRI Monumento megalítico
CRONO Pré-História Recente
LUGAR
FREGUE Gondiães
CONCEL Vila Verde
CODADM 031321
LATITU 525,5
LONGIT 173,2
ALTITU 471m
ACESSO
QUADRO A necróploe megalítica, que integra o monumento, ocupa os planaltos superiores de um maciço, de cerca de 6.5Km de extensão, no sentido NE-SW. A paisagem actual é essencialmente aberta, predominando uma vegetação arbustiva e herbácea, com resquícios arbóreos. Os planaltos são percorridos por rebanhos de gado bovino, caprino e equino.
TRAARQ Os trabalhos arqueológicos realizados no local por Ana Bettencourt (U. A. U. M.), consistiram na abertura de quatro valas de 1,5m de largura cada, segundo a orientação dos pontos cardeais. A necrópole, de tradição megalítica do maciço do Borrelho, que conta actualmente com trintra e seis monumentos inventariados e cartografados, integra túmulos isolados na paisagem ou agrupados. A mamoa 10 da Cheira insere-se num conjunto de quatro monumentos, que não distam entre si mais de 150m e que denominamos de núcleo 3 do Chão da Cheira.
DESARQ As escavações efectuadas neste imóvel permitiram concluir que a câmara deste monumento se encontrava muito destruída. O único elemento localizado refere-se à base de um esteio in situ, com 0,44m de largura, 0,28m de altura e 0,15m de espessura e situava-se no limite norte do quadrado D4. Uma análise cuidada deste ortostato, o nº1, demonstrou que o mesmo foi colocado numa vala aberta na rocha para esse fim, sendo "travado" com pequenas pedras, em forma de cunha. Não se detectou qualquer outro tipo de "cama" de esteio, nesta área, pelo que é impossível determinar a tipologia da câmara funerária. No entanto, a área de dispersão do espólio sugere que ela deveria ser pequena e talvez composta por quatro ou cinco esteios, interpretação sustentada pelo número de ortostatos e fragmentos dos mesmos, encontrados durante a escavação, de forma dispersa e a diferentes cotas. As dimensões dos fragmentos de esteios números 2 e 3, com cerca de 0,60m de altura máxima e a altura média da couraça lítica superficial, com cerca de 0,70m, parecem indicar uma câmara funerária de dimensões reduzidas. O espólio exumado, nomeadamente micrólitos, lâminas e lamelas, enxós e cerâmica que assinala decoração com caneluras, permite situá-lo entre o V e o IV milénio a. C., por comparação com o de outros monumentos similares no Norte de Portugal. Se as comparações ao nível do espólio apontam para uma cronologia antiga, já as características arquitectónicas da mamoa nº10, assim como a ausência de contraforte, as dimensões reduzidas em diâmetro e em altura da mamoa, a pequenez da câmara, aparentemente sem corredor e a exígua monumentalidade, aproximam-no de monumentos com cronologia mais tardia, entre os quais se inclui a mamoa 4 de Outeiro de Gregos. No entanto, o monumento poderá inscrever-se numa fase antiga do fenómeno megalítico no Norte de Portugal, isto é, entre os finais do Vº e os meados do IVº milénio a.C., datação concordante com o resultado da análise de uma amostra de madeira procedente das terras do tumulus datada de 4750+/-50BP.
INTERP Sepultura com tumulus da necrópole do Maciço do Borrelho, datável entre finais do Vº e meados do IVº milénio a. C..
DEPOSI Museu D. Diogo de Sousa.
INTERE
BIBLIO
CRUZ, D. J. (1992) A mamoa 1 de Chã de Carvalhal (Serra da Aboboreira), Ed. Conimbriga/ Anexos 1, Coimbra.
BETTENCOURT, A. M. S. (1991/92). A mamoa nº 10 do Chão da Cheira, Maciço do Borrelho - Vila Verde, Cadernos de Arqueologia, nº 8/9, Universidade do Minho, Braga, pp.43-66 .
AUTOR Ana M.S. Bettencourt
DATA 04-FEV-1998
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