IDENTI Necrópole Megalítica do Maciço do Borrelho

IMAGEM

DESCRI Necrópole megalítica

CRONO Pré-História

LUGAR

FREGUE Codeceda; Dossãos; Duas Igrejas; Godinhaços; Gondiães; Mós; Pedregais; Picos de Regalados; Portela das Cabras.

CONCEL Vila Verde

CODADM 031338

LATITU

LONGIT

ALTITU 496m

ACESSO O acesso faz-se a partir da sede do concelho.

QUADRO O maciço do Borrelho compreende a área situada entre os montes do Moínho Velho e o de S. Miguel-o-Anjo. Seguindo um critério hidrográfico podemos delimitar o maciço, a Norte e Oeste, pelo rio Neiva, a Sul, pela ribeira do Rojão a Este, pelas ribeiras do Tojal e da Veiga, pertencentes à bacia hidrográfica do Rio Homem. Constituindo divisória natural entre as bacias do Neiva e do Cávado, o maciço toma o nome de Borrelho que lhe advém do monte epónimo. As zonas mais elevadas são formadas por vastas chãs planálticas que ocupam uma área de 6,5Km no sentido NE-SW. Tem vertentes relativamente abruptas embora existam algumas chãs e remates de esporões com boas possibilidades de ocupação. A paisagem actual é essencialmente aberta predominando uma vegetação arbustiva e herbácea, com resquícios arbóreos de pereira selvagem e algumas manchas de pinheiros e eucaliptos de introdução recente.

TRAARQ Prospecção da necrópole e escavação da Mamoa nº10 do Chão da Cheira.

DESARQ O arqueossítio do maciço do Barrelho compreende 36 monumentos com tumulus, distribuídos na paisagem de forma isolada ou em núcleos. Reconhecemos um núcleo de 20 mamoas no Chão da Cheira; um núcleo de 10 no Lameiro da Vaca; 1 núcleo de 2 no Moinho Velho e outro com 2 monumentos nos Penedos da Portela. Os monumentos isolados distribuem-se pelo Alto da Maronda e pelo Chão do Couce. Pelo trabalho de prospecção aí efectuado distinguimos monumentos de câmara simples e dólmens de corredor. Apesar da exiguidade de escavações neste local, por comparação com outros conjuntos de monumentos com tumulus do NO peninsular, pensamos poder atribuir a primeira ocupação do planalto, para fins sepulcrais, ao V/IVº milénios A.C., ou seja, ao Neolítico Antigo. Deste período datariam, quer monumentos pouco perceptíveis na paisagem, com câmaras simples, de dimensões médias e espólio, relativamente escasso, quer o início de construções mais complexas, com reocupações posteriores. Incluimos nesta fase o monumento nº10 do Chão de Cheira. Durante o III milénio A.C. ter-se-ia generalizado a construção de novos monumentos a todo o planalto e, provavelmente, reocupado ou construído alguns dólmens de corredor. Foram reconhecidos 3 monumentos deste tipo no Chão da Cheira, 1 no Lameiro da Vaca e 1 no Moinho Velho. Por último, e por comparação com a serra da Aboboreira, intregaríamos no IIº milénio A.C., os túmulos pouco perceptíveis na paisagem, com diâmetros reduzidos, frequentemente isolados ou na periferia dos núcleos. A perpetuação do ritual de inumação, durante mais de dois mil anos, em monumentos construídos segundo uma mesma tradição arquitectónica - a pedra e acumulação de terra - deverá relacionar-se com a permanência de ocupações populacionais, na área em questão. O planalto do Borrelho, onde os monumentos assinalariam um território sagrado, frequentemente reutilizado, contituiriam, também, um espaço dos vivos, construído e transformado física e simbolicamente pelas comunidades que aí materializariam um dos seus rituais de passagem - a morte.

INTERP Necrópole megalítica datada entre o V e o II milénio a. C..

DEPOSI

INTERE

BIBLIO

REGALO, H (1986). Levantamento Arqueológico do Concelho de Vila Verde - Notícia Preliminar, Mínia, Braga, 8, pp. 70-110.

BETTENCOURT, A.(1991/1992). A mamoa nº10 do Chão da Cheira (Maciço do Borrelho - Vila Verde), Cadernos de Arqueologia, Braga, 8/9, pp.43-65.

AUTOR Ana M. S. Bettencourt

DATA 04-FEV-1998

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