IDENTI Monte da Senhora do Pilar; Castro de Lanhoso

IMAGEM

DESCRI Povoado da pré-história recente; povoado fortificado

CRONO Pre-História Recente / Proto-História / Romanização

LUGAR Monte do Castelo

FREGUE Póvoa de Lanhoso

CONCEL Póvoa de Lanhoso

CODADM 030919

LATITU 512,8

LONGIT 187,6

ALTITU

ACESSO O acesso faz-se por estrada alcatroada, a partir da estrada Braga/Póvoa de Lanhoso.

QUADRO O Monte do Castelo corresponde a um esporão, de altitude média, do maciço montanhoso conhecido por Lage Grande, que divide as bacias do Cávado e do Ave. O povoado encontra-se virado a um pequeno vale fértil e bem irrigado, no qual confluem as ribeiras da Póvoa, Pereira e Pregal, pertencentes à bacia hidrográfica do Ave. A parte mais alta do monte é constituída por um imponente afloramento rochoso.

TRAARQ O povoado foi objecto de trabalhos arqueológicos esporádicos ao longo do séc. XX, designadamente, nos anos 30, por C. Teixeira e, em 1982, por K. Petruso, da Universidade de Boston.

DESARQ Os vestígios melhor conservados do povoado concentram-se na vertente este do monte, virada ao vale do Ave, distribuindo-se pelos terrenos contíguos à estrada que dá acesso ao castelo medieval, existente no alto do monte. As estruturas dispõem-se em pequenos socalcos e foram escavadas por Carlos Teixeira. São sobretudo casas de pedra, de planta circular e algumas de planta rectangular. Nalguns pontos, observam-se ainda restos de pavimentos lageados. Na vertente este, são ainda visíveis restos de uma fortificação, que deveria rodear a plataforma onde se encontram as estruturas. É totalmente impossível definir quantas muralhas possuiria o povoado. De facto, este encontra-se bastante alterado pelas construções existentes na vertente, pelas terraplanagens para a construção dos parques e ainda pela densa mata que cobre o cabeço. São numerosos os achados procedentes do povoado. A análise do espólio das escavações realizadas, na encosta este do povoado, por C. Teixeira, nos anos 30 e por K. Petruso, em 1982, permitiram detectar vários momentos de ocupação anteriores à romanização. O mais antigo, associado a cerâmicas com decoração incisa, metopada, de tipo "Penha", poderá atribuir-se ao Calcolítico. O seguinte, ao qual correspondem formas cerâmicas com caracteristicas técnicas semelhantes à fase I de S. Julião e Barbudo, bem como um punhal, em bronze, deverá integra-se no 1º quartel do Iº milénio a.C. As estruturas pétreas, ainda visíveis à superfície, bem como uma série de artefactos metálicos e cerâmicos aí detectados identificam ocupações da Idade do Ferro e da romanização. À Idade do Ferro pertencerão, também, alguns dos objectos metálicos recolhidos, nomeadamente os dois torques, o capacete de bronze e dois br+aceletes de ouro, em depósito no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga. Na plataforma superior ergue-se um castelo de origem medieval.

INTERP Povoado com ocupação do Calcolítico, da Idade do Bronze, da Idade do Ferro, romanizado e com ocupação da Idade Média.

DEPOSI Casa da Botica, Póvoa do Lanhoso; Museu D. Diogo de Sousa.

INTERE

BIBLIO

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MARTINS, M. (1990). O Povoamento Proto-Histórico e a Romanização da Bacia do Curso Médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia - Monografias, 5, Universidade do Minho, Braga, pp.68.

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AUTOR Manuela Martins

DATA 04-FEV-1998

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